Mato Grosso do Sul foca ações contra roubos e furtos de veículos

Balanço feito pela CNSeg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais), com base em informações do Denatran (Departamento Nacional do Trânsito), revela que Mato Grosso do Sul possui o maior percentual de recuperação de veículos roubados e furtados: 69,3%.

A pesquisa registrou, entre e janeiro e junho deste ano, roubos e furtos de 191.347 veículos no País, sendo que apenas 1.370 crimes ocorreram no Estado. Em 2011, Mato Grosso do Sul pontuou aproximadamente 1.145 roubos de veículos, com 429 sendo recuperados pela polícia.

O servidor público federal Luis Fernando Tetraca é um dos sul-mato-grossenses que conseguiu resgatar o carro furtado. O veículo foi subtraído pouco mais de três semanas da garagem da sua casa no Jardim São Lourenço, em Campo Grande, enquanto ele viajava com a família, mas foi recuperado no mesmo dia pela polícia.

“Fiquei muito abalado com a situação. O caso quase estragou nosso passeio, mas as viaturas prontamente atenderam o chamado dos vizinhos que notaram o furto”, conta o servidor, que teve que fazer reparos no veículo encontrado com alguns arranhões e amassados. “De todos os transtornos, esse ainda é o ‘menos pior’, o importante é que tenho meu carro de volta”, comemora.

Já a gerente financeira Gisele Rodrigues Berno não teve a mesma sorte. Seu veículo modelo Gol foi levado em junho deste ano de um estacionamento em frente à residência da vítima, na Vila Jacy, em Campo Grande. Nunca foi recuperado. “É uma situação bastante desagradável. Me desesperei quando notei a falta do carro”, lembra. Para ela, um maior investimento em segurança pública evitaria transtorno à população. “Não dá para ficar somente em medidas paliativas, tem que haver uma ação que solucione”, ressalta.

A Política de Combate a furto e roubo de veículos em Mato Grosso do Sul, criada em 2009 por meio da lei 3.772, de autoria da ex-deputada Celina Jallad, reforça o enfrentamento do problema pelo Estado. A proposta veio aprimorar a ação das polícias Civil e Militar na prevenção do furto e roubo dos carros e incentivar a participação da sociedade nas iniciativas voltadas para a prevenção, denúncia e repasse de informações. O objetivo é combater crescimento do crime organizado.

Conforme o delegado Alberto Vieira Rossi, da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), o bom índice de recuperação dos veículos roubados e furtados se deve, principalmente, ao trabalho focado da polícia pelo fato da proximidade do Estado com a região fronteiriça. As longas distâncias entre as cidades de Mato Grosso do Sul também prejudicam as ações dos bandidos, segundo Rossi. “Tudo, aliado aos serviços especializados que hoje acompanham as ocorrências em todo o Estado, ajudam na recuperação de grande parte dos veículos”, afirma.

Porém, o delegado ressalta que o índice de recuperação poderia ser ainda melhor se houvesse convênios com os países do Paraguai e Bolívia para localização e devolução dos veículos. “É preciso que o governo pressione o Congresso no sentido de viabilizar esse processo que iria baixar ainda mais a incidência de veículos perdidos”, enfatiza.

Rossi também revela que ainda existem falhas quando o assunto é a colaboração da sociedade no processo de investigações, como a ausência ou a inexatidão de informações. Para que o cidadão evite ter o veículo roubado ou furtado, o delegado menciona algumas dicas. “Procure não deixar o carro ou moto em lugares ermos. Se os veículos forem segurados, prejuízos são evitados. Mas, principalmente, nunca reaja”.

O maior índice de roubos e furtos de veículos continua sendo o de São Paulo. De acordo com a Denatran, foram 93.347 registros na capital paulista, quase metade do total nacional. O carro mais roubado e furtado no Brasil é o Gol, da Volkswagen (21.907 unidades), seguido de longe pela moto Honda CG 125 (13.051 roubadas ou furtadas) e do Fiat Uno (11.592 no período).